segunda-feira, janeiro 08, 2018

O que tem de acontecer para que determinadas atividades não acabem na sua lista de coisas urgentes e importantes?


  O tempo é inflexível: passa e não se detêm, embora às vezes tenhamos a sensação oposta. Assim o tempo é o bem mais precioso que possuímos. No entanto, passamos a maior parte dele dedicando-nos a muitos problemas relativamente secundários, em vez de nos concentrar em poucas atividades, mas que sejam de vital importância. 
  A lei de Pareto (Regra 80/20) - desenvolvida pelo economista italiano Vilfredo Pareto através da sua investigação estatística diz  que 80% do êxito obtido no nosso trabalho vem de 20% das ações que executamos e que 80% dos nossos resultados vem de 20% do nosso tempo de trabalho diário. O resto do tempo é gasto muitas vezes com imprevistos, situações de urgência, interrupções, correções, entre outras situações. 
  Essa lei pode ser aplicada para descobrir o que realmente nos dá resultados na empresa e corretamente decidir o que fazer em primeiro lugar, mantendo o foco nas tarefas de maior rentabilidade. Além disso, a Lei do Trabalho Interrompido diz: quando interrompemos continuamente o nosso trabalho, ele perde rentabilidade e o somatório do tempo empregado em uma tarefa que interrompemos é mais elevado do que o tempo gasto em uma tarefa que desenvolvemos de forma contínua. No entanto, a maior parte do tempo e de energia é desperdiçada porque faltam metas, planejamento, definição de prioridades e visão. Uma gestão eficaz de nosso tempo irá abrir caminhos para obter uma melhor visão das atividades e prioridades, ter mais tempo livre para a criatividade, dominar, reduzir e evitar o stress e atingir de forma coerente e sistemática os objetivos programados.
  A capacidade de gerir bem o tempo é uma habilidade que as empresas cada vez valorizam mais em seus colaboradores, já que este fator melhora a produtividade e a competitividade da organização. O primeiro passo para melhorar a sua gestão é identificar os fatores que podem ser chamados de “ladrões de tempo”. 
  Os “ladrões de tempo” são: interrupções, uso indevido de internet e telefone, reuniões - previstas ou não, deixar as coisas para mais tarde, a desordem e a burocracia, a comunicação ineficaz, a má utilização de e-mails e redes sociais e a falta de disciplina pessoal. Estabelecendo um sistema de monitoramento do tempo no trabalho diário, podemos aprender a identificar e eliminar os fatores que nos fazem perder tempo e desenvolver seu controle eficaz. 
  E então surge a pergunta: Como se pode gerir o tempo de maneira eficaz? Para gerir bem o tempo você pode aplicar um conjunto de princípios básicos como planejar com antecedência; estabelecer e manter uma lista de prioridades; tarefas urgentes e importantes;  tarefas de minúcias; prometer menos e realizar mais; delegar tudo o que puder e estabelecer parâmetros para dizer “não”. 
  Não podemos aumentar o número de horas de um dia, portanto não gerimos o tempo, mas sim nossos hábitos e ações ao longo do dia. O processo de Coaching alcança melhora neste desempenho, pois busca desenvolver novas competências e comportamentos nas pessoas. 
  Por último, em uma cultura de Coaching sugere-se ao liderado responder a algumas questões, para ajudá-lo a identificar seu desempenho durante suas horas de trabalho sendo uma das principais: 
  O que tem de acontecer para que determinadas atividades não acabem na sua lista de coisas urgentes e importantes?

“O tempo é o recurso mais escasso e, a não ser que seja gerido, nada mais pode ser gerido.” Peter Drucker.



ADA MARIA DE ASSIS E SILVA Coach Executiva - São José do  Rio Preto 

Maturidade - Martha Medeiros



Na maturidade, não tem a hipótese de transferir as decisões para o dia de São Nunca

Você acorda, vai ao banheiro, se olha no espelho, faz a barba ou pinta o olho e inicia mais um dia da sua vida, mas é sua vida mesmo, ou você interpreta um personagem? Você amadureceu pra valer ou virou uma cópia falsificada de um adulto? Tenho visto alguns humanos adulterados por aí, “gente grande” made in Paraguai.

Éramos crianças inocentes e protegidas, até que os anos passaram. A adolescência nada mais é do que você percorrendo, sozinho, um amplo deserto e enxergando, ao longe, aquela poeirinha no horizonte que, nos filmes de aventura, indica uma cavalaria armada ou uma tribo de peles-vermelhas se aproximando, qualquer coisa que pareça ameaçadora na imaginação e que assustará ainda mais quando chegar perto – e você não tem nem um reles pangaré pra montar e escapar desse ataque iminente. Sabe que terá que ser muito homem – ou muito mulher – pra enfrentar.

Aquela poeirinha vai se agigantar na sua frente. E então você verá que não são malfeitores com rifles em punho nem os índios estereotipados dos faroestes. São escolhas a fazer, relações amorosas, dúvidas e dívidas, filhos pra educar, a finitude pra lidar e posicionamentos exigidos pela sociedade: a maldita esquadra da maturidade, que não está a fim de negociar com seu amadorismo.

E agora?

Quem encara paga um preço alto. Não tem o recurso de se amparar nas costas de papai e mamãe, não tem a hipótese de transferir as decisões para o dia de São Nunca. Com a coragem que nem sabia que tinha, você assume sua identidade, dá um trato nos seus medos e começa a trajetória: trabalha, rala, ama, sofre, se expõe, se impõe, fala, cala, sofre, destrói, constrói. Mas constrói mesmo. Uma vida legítima. Uma vida sua.
Ou.
Ou se escora. Na mãe velhinha, no pai doente, na mulher com quem está casado há 42 anos, no namorado rico que virou a salvação da lavoura, se escora na chapação, no álcool, nos medicamentos tarja preta, numa idealização fraudulenta (“Sou ótimo, pena que o mundo não reconheceu meu brilhantismo”), se escora na muleta que estiver mais à mão e distribui sorrisos sedutores e desculpas esfarrapadas: sou uma farsa, mas uma farsa de terno e gravata, uma farsa em vestido de baile.

Falsificam-se a si mesmos os que não têm raça. Os que dependem de mil e quinhentos empurrões e, mesmo empurrados, não ganham velocidade, ritmo, rumo. Ficam sempre no meio do trajeto, soluçando, reclamando, retrocedendo à memória das longas tardes no jardim de infância, quando, em segurança, sabiam que seus pais estariam esperando, no final do dia, no portão.

Na maturidade, não tem ninguém esperando no portão pra nos levar pra casa, mas tem uma caminhada excitante rumo a um prazer que só quem se arrisca, conhece. O prazer da independência. O prazer de ter a sua assinatura avalizando cada uma de suas conquistas.

Já quem se falsificou num adulto que parece que é, mas não é, desperdiçou a chance de ter uma vida autêntica porque se assustou com a poeira no horizonte, previu que seria uma luta perdida, que não daria conta. Mas daria. O gigante, em qualquer circunstância, somos nós.

Martha Medeiros. 7/01/2018