domingo, janeiro 11, 2009

CONHECIMENTO: O SEU MAIOR CAPITAL

CONHECIMENTO: O SEU MAIOR CAPITAL

ADA MARIA DE ASSIS E SILVA


A atual crise anuncia um longo período de incerteza e profundas mudanças. Estamos em uma época em que as regras que têm vigorado no funcionamento dos mercados nacionais e internacionais estão sendo sistematicamente discutidas, mas ainda não existem novas regras que marquem a emergência de um novo período na economia internacional.
Devemos ser prudentes na antecipação do futuro, até porque o futuro não está pré-escrito nos astros, mas depende muito das decisões coletivas e individuais, particularmente das dos agentes políticos mais poderosos e dos responsáveis pelo sistema financeiro internacional.
Como nada neste mundo está desconectado, ou seja, tudo está sob um equilíbrio maior, parece-me que a crise financeira apenas relembra-nos da terceira lei de Newton: Ação e Reação.
Presenciamos na última década um grande crescimento econômico nos Estados Unidos e no mundo produzindo um boom de consumo de prordutos tecnológicos e industrializados, que são descartados a cada dois meses na compra do último modelo disponível no mercado.
A energia consumida e necessária para sustentar toda esta parafernália tornou-se o centro de debates das comunidades internacionais e da mídia que se debruçaram na discussão da produção de petróleo, gasolina, biocombustível, energia elétrica, energia renovável etc.
Com a atual crise financeira temos agora uma nova realidade em discussão:
o dinheiro sumiu; o valor das ações das empresas despencou; , o valor do barril de petróleo baixou; a cotação do doólar subiu; , a fartura de crédito já faz parte do passado; , o valor do commodities despencou, e temos um grave problema de liquidez (falta de dinheiro na mão).
Assim, o equilíbrio ecológico, a falta de petróleo, a falta de alimentos, o crescente problema de trânsito nas cidades deixaram de estar no centro da questão, uma vez que a crise mundial vem como um remédio amargo para estes males. Ironia paradoxal? Parece que sim.
Se a população dos países ricos e emergentes fica mais pobre, afetada primeiramente pela crise financeira e agora pelo desemprego, conclui-se: a produção de alimentos será suficiente para alimentar a todos por mais tempo do que o previsto anteriormente. O preço dos alimentos deverá cair em função do baixo preço das commodities e da falta de demanda. Com menos dinheiro no bolso, os americanos consumiram menos alimentos, e a recente classe média de países asiáticos e emergentes como o Brasil, devem voltar a velhos hábitos de menor consumo de alimentos industrializados.
No Brasil pode haver uma mudança na cultura de consumo imprudente implantada pelo atual governo e nos padrões culturais de pensamento: o fome zero e o bolsa família perdem um pouco de sua força política populista, o que deve obrigar esta população acomodada pelo sistema assistencialista a buscar conhecimento, formação técnica, e melhores governantes.
Se os carros estão encolhendo nos países ricos consome-se menos combustível, polui-se menos o meio ambiente, e descongestionamos o transito. Gastos menores com abastecimento implicam em sobra de petróleo, etanol, e biodiesel, o que diminui a exploração de recursos naturais do planeta.
Em tempos de crédito fácil sem garantias necessárias, dólar baixo, especuladores ganhando mais do que os empreendedores e produtores, programas assistencialistas e consumo exagerado de itens supérfluos, o ser humano pareceu esquecer-se da necessidade de aprimoramento pessoal, emocional e intelectual constante.
Esqueceu-se de alimentar o espírito e a mente com leitura, cursos, seminários, palestras, debates comunitários e viveu alienado na sua zona de conforto, preocupado apenas com o último modelo de celular que vai adquirir, e qual será a polegada de sua próxima televisão.
Nos últimos três meses tudo mudou. E tudo vai continuar a mudar, e não se sabe bem para onde.
Qual foi a reserva de conhecimento que você enquanto formiguinha fez durantes os últimos verões de prosperidade agora que está chegando o inverno?
Quanto você leu, aprendeu e ensinou?
Ou você cantou como a cigarra curtindo o sol e a fartura dos últimos tempos consumindo, consumindo, consumindo?
Penso que podemos construir uma pergunta ainda melhor: O que você pretende fazer enquanto a tempestade durar para se proteger de uma realidade diferente daquela a que está acostumado?
É na crise que acordamos para a realidade. O mundo e a vida são dinâmicos e estão sempre em transformação nos obrigando a enfrentar desafios e dificuldades constantes, mas adubando nossa mente e espírito para um desenvolvimento mais solidário e profundo, assim como a lava deixa o solo depois de destruí-lo.
Haverá perdas certamente. Enxergue a transformação como positiva e benéfica em certos aspectos e estude, aprenda, ensine, oriente e cuide de si mesmo e dos seus.
Volte-se para o que realmente importa ao desenvolvimento de nossa raça: conhecimento, desenvolvimento emocional, sabedoria e afeto.

ADA MARIA DE ASSIS E SILVA É EDUCADORA, PALESTRANTE, EMPRESÁRIA E EXECUTIVE COACH.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

2009 - O ano da limpeza no mercado de trabalho

Se você é uma daquelas pessoas que este ano teve seu nível de estresse elevado devido à incompetência de profissionais que só pelo excesso de demanda tiveram sua chance no mercado, confira se algum dos exemplos abaixo fez parte do seu cotidiano em 2008:

Ao entrar em uma loja, deparou-se com um vendedor que ficou olhando-o sem sequer fazer uma apresentação ou abordagem decente por saber que, afinal de contas, você iria comprar e que, se não, outro cliente o faria?

Comprou um produto ou serviço com prazo de entrega ou execução de 30 dias, mas só o recebeu alguns meses depois?

Ao construir uma casa, viu reunido um número absurdo de gente desqualificada e mentirosa, cujas promessas não passaram de pura utopia e cujo processo produtivo ficou totalmente perdido em função do excesso de pedidos e trabalhos?

Teve que pagar quantias fora do valor de mercado a profissionais que não faziam jus a tal custo, pela indisponibilidade de pessoas com competência à altura do que o trabalho merecia?

Enfrentou péssimo tratamento e teve que ouvir discursos enganosos da operadora de telefonia celular que o tem como cliente há muitos anos e que, contraditoriamente, insiste em afirmar que você é muito importante para ela?

Se você se identificou com alguma dessas situações ou várias delas , fique tranqüilo. Atrás da ameaça da crise, chega em 2009, a partir de março mais especificamente, o momento de higienização do mercado. O Natal de 2008 terá um impacto menor na vida do brasileiro. Em janeiro e fevereiro, a demanda cai tradicionalmente. Em março, a economia mostrará sua verdadeira face.

O bom profissional não deve se preocupar com a crise, pois há pouco risco de recessão no Brasil. Mas a diminuição da demanda é certa em todos os segmentos. Isso basta para tirar do mercado profissionais incompetentes. No ajuste inevitável no quadro de funcionários, as empresas, que agora precisam dar lucro com base na gestão inteligente de custos e na produtividade e não no processo especulativo , naturalmente abrirão mão das peças dispensáveis.

Quando estudamos as forças e fraquezas de um profissional, estudamos suas competências, para que assim possamos identificar seu valor no mercado. Quanto mais competências, mais vantagens competitivas essa pessoa terá e maior será sua empregabilidade. Toda crise traz grandes oportunidades. A atual está trazendo uma chance gigantesca, que é a de reconhecer os profissionais mais competentes, aqueles que fazem a diferença e geram resultados.

A limpeza mencionada não está relacionada apenas a quem está em contato direto com os clientes. Ela também diz respeito às organizações. Concorrentes desqualificados, sem estrutura e sem foco no cliente, ganharam mercado com preços baixos oferecidos. Entretanto, experiências desastrosas enfrentadas pelo cliente estão fazendo com que outros fatores, além do preço, sejam priorizados na hora da compra.

A incompetência profissional está com os dias contados. Mas a pergunta que fica é: O que devo fazer se minhas características pessoais e/ou profissionais não estão de acordo com o que é valorizado pelo mercado?
Algumas dicas para 2009:

Mapeie suas competências e verifique se elas estão alinhadas com as necessidades das empresas.
Fortaleça sua rede de relacionamentos (network).

Lembre-se de quem o ajudou no passado. A ingratidão fecha portas para oportunidades futuras.

Não contrate empresas ou profissionais apenas por simpatizar com eles. É melhor privilegiar organizações com estrutura, tradicionais, com gestão inteligente e foco real em resultados.

Jamais fale mal de um colega de trabalho nem do chefe, principalmente.

Pense várias vezes antes de pedir demissão ou abrir uma empresa em um ambiente de demanda em declínio.

Invista urgentemente em sua formação, seja com um curso de graduação ou especialização (incluídos aí mestrados e doutorados), de idioma, etc. O mercado está cada vez mais seletivo. Formação de primeira qualidade tem peso na contratação e manutenção de funcionários.

Pare de agir apenas operacionalmente e comece a pensar como líder. Nenhuma empresa gosta de funcionário cumpridor de tabela e horário. É apreciado quem faz a diferença.

Ajuste bem o que você fala com o que faz. Fingir-se cheio de boas intenções e por trás das cortinas se revelar um tirano é um comportamento que exige cuidado. Em meio à escassez de oportunidades, é fácil, fácil desmascarar os hipócritas.

Pensando no bem de sua saúde financeira que também se reflete em sua motivação para o trabalho , cuidado em comprar imóveis na planta, gastar demais com cartões de crédito e comprar carros com 0,99% de juro, mas com custo efetivo total (CET) que totalize o dobro ou o triplo do anunciado.

Elabore um plano de ação estratégico para sua vida pessoal e profissional, para dar rumo a essas esferas em espaços de tempo determinados (curto, médio e longo prazo).

Ações impensadas e guiadas apenas pela emoção podem ser lastimáveis. Portanto, a principal dica é ter muita calma, paciência, pertinência, planejamento, atitude e ação.

Os incompetentes que não fizerem algo estão fadados à eliminação pelo mercado. Para os preparados, um ótimo 2009!

Marcelo Peruzzo é CEO do IP2 Outsourcing e professor da FGV Management nos cursos de Gestão Empresarial, de Marketing, de Pessoal e Industrial, além de autor de vários livros sobre marketing pessoal e relacionamento.
Contato: (41) 8403-6135 / (41) 3243-1710 / http://www.ip2mkt.com.br

Alexander Baer Palestrante com atuação nacional, dedicado às áreas de marketing pessoal estratégico e motivação pessoal e profissional. Também atua como personal marketing coach e professor de MBA da FGV Management no curso de Gestão Empresarial, Gestão Financeira Controle e Auditoria e Gestão de Negócios na Construção Civil.
Contato: (41) 8403 - 6135 / http://www.alexanderbaer.com.br